Quero deixar registrada minha opinião em relação ao cenário atual da música gaúcha.
Tenho observado e constatado que todas as medidas que estão sendo tomadas ou pensadas, embora bem intencionadas, não passam de medidas paliativas.
Infelizmente a nossa música é tratada de maneira "marginal" por mais de noventa por cento da imprensa. O pessoal costuma chamar de "música de gauchinho". Sim falam assim dentro do nosso próprio estado: "lá vêm os gauchinho"! E nós, que defendemos a música gaúcha, vamos diplomaticamente "engolindo sapos" para não perdermos ainda mais espaço.
Bueno, mas eu falava de medidas para o momento atual e quero chegar no cerne da questão.
A imprensa não dá uma cobertura legítima à música gaúcha. A abordagem é sempre a mínima possível, só pra não dar chance de alguém dizer que não foi falado. E os produtores dos eventos gaúchos - que são heróis! - levam enxurradas de "nãos" da imprensa.
Meus amigos, vocês já notaram a diferença da divulgação de um evento gaúcho em relação a um evento de outro estilo?As melhores técnicas do marketing atual são usadas para divulgar estes eventos de artistas de outros estilos. Os maiores e melhores espaços são usados para os artistas que são do axé, pop, rock, pagode, sertanejo, funk, etc. A imprensa passa o tempo todo falando deles. Qualquer brecha em rádio, televisão, revistas ou jornais e eles estão lá.
Chega de ser inocente e baixar a cabeça para este domínio de anos!Chega de achar que não entendem o que queremos dizer! Nossos artistas têm poucas chances - e às vezes nunca têm - de trabalhar nas condições que os demais artistas trabalham.
O Kaleb não vendeu "miles e miles" de discos cantando em árabe? Por quê ? -Tinha espaço de sobra na mídia !!!!
Nas condições atuais que a nossa música chega até as pessoas, não há como alterarmos esta situação. Enquanto não formos tratados decentemente dentro do nosso estado esta situação não vai mudar. Qualquer artista "iniciante" de outro estilo, quando vem ao Rio Grande, ganha destaque (matérias de página inteira) nos nossos principais jornais, coisa que artistas gaúchos com mais de trinta anos de carreira têm de quase implorar para conseguir. E mesmo assim é uma vez na vida, outra na morte!
Os equipamentos de som e luz que estes artistas utilizam são invariavelmente os melhores, sem falar na produção de cenário e outras coisas inerentes a um bom espetáculo. Quando estas diferenças se encontram, e o público fatalmente faz uma comparação, as coisas vão sempre piorando pra o nosso lado.
Na minha opinião, um começo de mudança passa pela obrigatoriedade - mediante uma legislação específica - de divulgar nas rádios, televisões, jornais e revistas, eventos gaúchos, lançamentos de discos, etc, com uma porcentagem de veiculação calcada no bom senso, mas principalmente no orgulho de ser gaúcho e na defesa da cultura gaúcha.
Nem muito nem muito pouco... só o que necessita! E o que necessita está muito longe da realidade atual!
Há algum tempo atrás, escrevi este texto sobre o cenário da música gaúcha e infelizmente, de lá para cá nada mudou!
Seguimos dando espaço para discussões inúteis “Tchê music”, Nei Lisboa, etc...que nos levam do nada pra lugar nenhum!!!
Vamos tomar atitudes verdadeiras e construtivas!!!
Empunhar a bandeira da cultura Rio-Grandense!!!
Tudo que foi feito à pata de cavalo foi em vão???
Será que o sangue dos nossos ancestrais está adormecido???
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ResponderExcluirmuitos dos que deveriam ajudar a musica gaúcha não o fazem, um exemplo disso é as bandas que irão fazer show no rodeio internacional de pelotas. http://www.rodeiointernacional.com.br/ . Quanto a espaço na mídia, 30 minutos na "madrugada" de domingo é muito pouco
ResponderExcluirEstou agora escutando pela internet uma rádio da cidade de Rio Grande, um programa que escuto diariamente para saber das notícias da minha cidade, e diariamente (entre uma entrevista e outra) escuto as mesmas músicas, quase que na mesma ordem, e nem preciso dizer que não são as "nossas" músicas, esta mesma rádio só disponibiliza música gaúcha aos domingos pela manhã, se é que dá pra dizer que entre um axé, um tchê music e outras do gênero, tocadas por artistas gaúchos, tem uma música gaúcha. Acredito que todos tem o direito de escutar o que querem, mas temos o direito de escolher se queremos escutar uma música boa, que fale das coisas no nosso Rio Grande.
ResponderExcluirSobre o comentário do Nauro, eu gostaria que me fossem apresentados estes espaços exclusivos dedicados à música gaúcha, pois não os conheço, mas gostaria muido de conhecer, só espero que não sejam tão exclusivos!
Ainda a respeito da profissionalização dos artistas, acredito que ninguém consegue se profissionalizar sem ter condições financeiras para tal. E para terminar, se os artistar gaúchos fizerem espetáculos como os baianos (cheios de coreografias eróticas, pouca roupa, e nenhuma mensagem aproveitável) perderemos nossa identidade.
concordo com tudo o que tu disse joca , só quem fecha os olhos pra realidade, talvez em busca de algun interese ,não vê isso, qtos são lembrado tu, marenco, cesar eo rogerio e só.qtos rui carlos avila, leo paim em fim otimos cantore q não são lembrados , um abraço amigo e não frocha , rodrigo de livramento
ResponderExcluirAmigo véio!
ResponderExcluirFaço minhas, as tuas palavras!
Forte Abraço
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ResponderExcluirCom permisso dos autores e do intérprete.
ResponderExcluir"Sou do Rio Grande, sou da pátria de à cavalo
Por isso que não me calo pras modas que vem de fora
Chuva guasqueada e geada grande não entanguem,
Quem tem a pampa no sangue e o coração nas esporas!
Minha rebeldia tem sotaque e procedência
Cerne puro de querência templado pelo rigor,
Todo “pampeano”, que canta a terra nativa
Conserva uma história viva mesmo depois que se for."
Joca, não quero entrar nesta discussão, mas vejo que foste mal interpretado pela Gabriela e o Nauro.
Até o espetáculo em Terra de Areia, forte abraço.
É... MIGALHAS DE ESPAÇO! É ASSIM QUE VEJO AS OPORTUNIDADES QUE NOS SÃO DADAS NO SUL DO BRASIL! E UMA GRANDEZA DE MÍDIA, INCLUSIVE AQUI NOS PAMPAS SULINOS, DE OUTRAS CORRENTES MUSICAIS, QUE SÃO VÁLIDAS, MAS QUE SUFOCAM O "NOSSO" PODER DE INFLUÊNCIA PARA OS DIVERSOS SEGMENTOS DA ARTE...! E NOSSA CULTURA, REDUZIDA AS TAIS MIGALHAS...!TEMOS A MAIOR MÍDIA DE TV DO SEGMENTO GAÚCHO AS 6H DA MANHÃ(ACHO QUE NEM OS PARENTES ACORDAM PRA ASSITIR EM TAL HORÁRIO). ESFORÇO, DEDICAÇÃO, EMPENHO, DE PROFISSIONAIS ASSIM COMO O JOCA.. TENHO CERTEZA ABSOLUTA QUE NÃO FALTA!!! ESTOU CONTIGO MEU IRMÃO! E QUEM VIVE DA MÚSICA, E EMPUNHA A BANDEIRA DESTE SEGMENTO MUSICAL, É QUE SABE DO QUE ESTÁ FALANDO... QUANTO AOS VEÍCULOS, JORNALISTAS, OPORTUNIDADES QUE NOS SÃO DADAS, QUE SEJAM APLAUDIDAS E SIRVAM DE EXEMPLO... E, NÃO EXISTE COMPLEXO DE INFERIORIDADE, POIS OS MÚSICOS, COMPOSITORES GAÚCHOS, NATIVISTAS, REGIONAIS, TEM PLENAS CONDIÇÕES DE COLABORAR COM SEUS CONHECIMENTOS, MUITO MAIS QUE MUITA MENSAGEM DETURPADA E SEM CONTEÚDO QUE É VIOLENTAMENTE INSERIDA PELA MÍDIA EM NOSSOS LARES, CULTURA PÍFEA, QUE NÃO ACRESCENTA EM NADA, NEM PRA NÓS, NEM PRA NOSSOS FILHOS! O QUE SE QUER É APENAS CONDIÇÕES, ESTRUTURA, TRATAMENTO, RESPEITO, NO MÍNIMO, PARECIDAS COM OS "GRANDES ARTISTAS"(QUE MUITOS SÃO GRANDES POR CAUSA DA MÍDIA QUE TEM), CONDIÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DE UM BOM TRABALHO. SEM ISSO... CONTINUEMOS A IMPLORAR POR UM ESPACINHO NO JORNAL DA CIDADE, E AGRADECENDO COMO SE ESTIVÉSSEMOS NO FAUSTÃO! ASSIM FICA DIFÍCIL!!!JEAN KIRCHOFF.
ResponderExcluirOi Joca
ResponderExcluirLamentamos que tenhas esta opinião sobre a imprensa. Até mesmo quando não pedes divulgação, és motivo de pauta em nossos cadernos. Lembra que acompanhamos as gravações de teu DVD, fora os lançamentos de CD e indicações para prêmios, tudo divulgado no Diário. Assim mesmo, pensas que tratamos como gauchinhos. Não só abrimos espaço para o teu trabalho com para os outros compositores nativistas e tradicionalistas. Pena que desconsiderastes nosso esforço e trabalho.
Da Equipe de Cadernos do DP
Joca, tuas músicas são, em geral, excelentes. Teu texto, porém, extremamente genérico, é lamentável e pode servir, talvez, à imprensa do resto do Rio Grande do Sul (e acho que nem isso). Com certeza, não serve à imprensa de Pelotas, que sempre te deu - e exclusivamente por causa do teu talento - todo o apoio. Abraços, Pablo Rodrigues, coordenador de Redação do Diário Popular.
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